terça-feira, 28 de março de 2017

Por mim, tudo bem ...

O pior, no meio disto tudo, é que não ficou nada. Não ficou amor, carinho, muito menos respeito. As memórias magoam. Parece que tudo o que restou foi a mentira, o fracasso. O medo falou mais alto do que a verdade. Medo de quê? pior do que isto não me parece ser possível.
Não te quero para nada, descansa. Talvez já não quisesse há muito, apenas não me tinha apercebido. Ou recusava-me a fazê-lo. Talvez tenhas passado pelo mesmo. Mas eu nunca te magoaria desta forma. Nunca.
Acima de tudo há que manter o carinho e o respeito, já que o amor se foi. E foi exactamente o oposto. Desfizeste tudo de bom que eu guardava de ti. Todo o carinho, todo o orgulho, o respeito. Todas as memórias. Recordo-me de tantas coisas. Mas é inevitável achar que poderão ter sido mentira. Porque o nosso final foi uma mentira. Uma mentira talvez maior do que é do meu conhecimento. Uma mentira que estragou cinco anos de partilha. E nós partilhamos tanto. Partilhamos tudo. E, para ti, nada disso contou. Nada disso te fez pensar duas vezes. Te fez agir correctamente. Nada disso te fez ter respeito e carinho, não por mim, mas por nós! Por um nós que não voltará nunca a existir, mas que durante 5 anos foi tudo o que conhecemos.
E não deixo de pensar que poderia ter acabado de forma diferente. Podia até ter acabado há mais tempo, é certo, mas de forma honesta, sincera. Talvez tenha sido esse o problema: tentar evitar o inevitável. Mas poderia ter acabado bem, "amigos". Em vez de ser obrigada a fingir que não te conheço. A fingir que não partilhei contigo um futuro, uma casa, uma cama, uma vida.
E sabes do que sinto mais falta? Não é do namorado, até porque acho que já não o eras há algum tempo. É do amigo. Do abraço. Do "tu és capaz", "vai ficar tudo bem". É disso que sinto falta. Porque eu não perdi só um namorado, perdi também o meu melhor amigo. E isso, meu querido, é o que mais dói. Porque podíamos já não ser namorados e manter um relação minimamente saudável, cordial, no mínimo. Mas nem isso. Nem isso tu mereces de mim. Mereces que apague todas as memorias, todos os cheiros, os toques. Mereces que apague toda a tua existência da minha historia. Não mereces fazer parte dela. Não me mereces. Ou melhor, eu mereço é muito mais.
E, sabes? Por mim, tudo bem...

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