Crescemos e vamos aprendendo a distinguir o bem do mal, o amigo do colega, o amor da paixão.
Os anos passam e nós passamos com eles, meios perdidos nas entrelinhas do destino. Ou será que não há nenhum destino ? Será que somos nós quem o escreve todos os dias? Ou estará já escrito? Eu acredito que muito poucas são as coisas que acontecem por acaso. Muito menos as más. Acredito que cada derrota é um desafio que nos fará melhorar, aprender, abrir os olhos. Cada derrota é uma lição que, quem sabe, não poderíamos aprender de outra forma.
Todos os dias nos construímos mais um pouco. Sonhamos mais um pouco. Todos os dias deveríamos realizar mais um pouco. Mas a mente e a vontade adormecem na rotina. A novidade deixa de ser nova e a curiosidade não quer mais matar o gato. O monótono apodera-se de nós. A falta de paciência ganha lugar cativo e a vida estagna. Nem para a frente , nem para trás. E é nessas alturas, as de aperto por entre a monotonia, que percebemos que a vida está a passar diante de nós enquanto apenas assistimos. Como meros espectadores em vez de actores principais. Deixamos escapar os melhores anos das nossas vidas por preguiça, as melhores oportunidades por medo, as melhores pessoas por orgulho. Resta o que ? Um trabalho das 9h as 18h,, 5 dias por semana, a ganhar uma ninharia e a ver os outros tratarem-nos como se lhes devêssemos alguma coisa. Espera-se ansiosamente pelo fim de semana , apenas para dormir mais duas horas e passar o dia no sofá. Isto repete-se 12 meses por ano, todos os anos até à idade da reforma.
E porquê ? Por medo de arriscar? Se tudo correr mal cabe a ti arranjares um forma de fazer tudo correr bem! E se realmente te esforçares , vais conseguir! O medo é impeditivo. Consome. Mói e , acima de tudo, destrói sonhos.
Quão interessante poderia ser a nossa vida se não fossemos tão orgulhosos ? Quão bom poderia ser o nosso trabalho se tivéssemos lutado pelo que sempre sonhamos? Quanto não aprenderíamos todos os dias se não fossemos tão conformistas?
