Decidi participar no programa Erasmus+, ainda que não esteja muito longe de casa. A verdade é que de Vigo a Braga é pouco mais de uma hora de estrada, mas eu não me importo. Eu prefiro assim.
Nunca antes tinha passado tanto tempo fora de casa, sem ver a família e os amigos. Nunca tinha vindo morar "sozinha", muito menos para um outro país.
A verdade é que o inicio foi duro.
Toda a gente fala das maravilhas de Erasmus, mas ninguém é capaz de te avisar que nos primeiros dias, senão semanas, vais chegar à tua nova casa a chorar de arrependimento, frustrada por quereres ir para casa, zangada porque foste tu quem escolheu estar ali. Ninguém é capaz de te avisar que no inicio, e por melhor que fales a língua, não vais compreender nada do que passa nas aulas, que os teus colegas de curso não te vão ajudar.
Saí da universidade em lágrimas, muitas vezes. Chorei de arrependimento muitas vezes. Queria ir para casa, queria os meus e a minha zona de conforto.
Uma conversa sincera com o meu pai fez-me perceber que desistir não era opção, que se eu fui de Erasmus foi uma opção minha e que agora deveria leva-la ate ao fim. Assim decidi fazer. Parar de encarar tudo como uma dificuldade e transformar tudo em aprendizagem. Sair da minha zona de conforto só me pode enriquecer, independentemente dos obstáculos. Obviamente que me custa muito estar longe, em especial da minha família, mas posso ir a casa sempre que quiser. E, quando não puder , estamos a distância de uma video-chamada.
